terça-feira, 14 de julho de 2009

UM CORAÇÃO DE MEL























Essas últimas duas semanas foram de muito trabalho e pouco tempo para aparecer por aqui. Mas apesar da correria, nada conseguiu afastar lembranças de momentos que foram felizes. Já fazem dois meses, mas parecem dois dias. Sessenta dias de um vazio que não se preenche.
A rotina muda, mas é difícil não continuar fazendo as mesmas coisas. Esperar ouvir os latidos ao abrir o portão. Empurrar a portar bem devagar pra não machucar porque voce estaria atrás dela tentando passar pra me receber.
Olhar para o meu tenis e ver que as meias ainda estão lá, e voce não vai sorrateiramente pegá-las pra esconder. O Puf ainda está encostado na beirada da cama, como se a qualquer momento voce fosse pular sobre ele pra te ajudar a subir e chamar minha atenção.

Agora qualquer um pode se aproximar de mim, porque não tem voce pra espanta-los com seu ciume. Até tocar o violão ficou complicado, porque me acostumei com sua insistencia em sentar apertada entre as minhas pernas e o violão pra ficar escutando a música. Mas difícil mesmo é acordar de manhã sem o meu pequeno despertador, que me chamava bem cedinho, mesmo sabendo que iria trabalhar e deixa-la em casa.

É impossível não lembrar do jeito chantagista de conseguir as coisas, resmungando com a língua meio pra fora da boca fazendo charme. E como dava resultado, conseguia tudo.
São tantos detalhes, tanta coisa, ainda estou esperando o momento de conseguir lembrar e apenas rir de todas as suas aprontações e do seu jeito de achar que a dona era voce ... de conseguir olhar o lado bom e agradecer, sim agradecer o curto tempo em que tive a alegria de compartilhar sua lealdade, amizade e tudo que aprendi com voce... e não chorar.
Um dos meus compositores prediletos com certeza deve ser um grande cachorreiro e fez uma música em homenagem a sua amiga de quatro patas Diana. E é dele, Toninho Horta, que tomo emprestado alguns refrões pra tentar traduzir um pouco do que eu tenho sentido durante todos esses dias.

"Velha amiga eu volto a nossa casa.

Já não te encontro alegre, quase humana.

Corpo pintado de branco e marron (cinza e dourado)

E uma tristeza no olhar, como se conhece dor milenar.

Já não te encontro a espera ao pé da porta.

Correndo viva e bela ou descansando.

Tanto vazio por todo lugar, tanto silencio sinto ao chegar,

ao nosso território de brincar.

Almoço aos domingos a velha farra,

Todos vão inventando novos segredos.

Fica a ausencia branca e marron (cinza e dourado)

E a tristeza milenar......."


Uma amiga minha tentou aplacar minha tristeza em uma frase. "Não chore, sinta-se feliz porque aquele serzinho mais lindo do mundo, que todo mundo ficava louco pra brincar e chamar atenção amava você incondicionalmente como poucas vezes eu vi."

Mel, obrigada por toda a alegria que voce troxe para minha vida. Sinto-me honrada e agradecida pelo tempo que tivemos juntas. Amigo a gente guarda pra sempre, do lado esquerdo do peito, e voce, com certeza era mais que a minha cachorrinha. Voce foi e sempre será "A Cachorrinha"!

5 comentários:

  1. É isso mesmo Lizi! É um vazio que não se preenche. A saudade que eu sinto de Luke (poodle do meu marido e que eu adotei desde o dia que conheci) e da outra Sophia que eu tive não diminuio mesmo a nova Sophia vindo para minha vida, devolvendo a alegria que eu tinha perdido.

    Beijos!

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  2. Lizi,

    Eu cantava essa música dirigindo pelas estradas... Quem diria que cantaríamos isso pra Anna Mel???

    Essa semana foi dificil pra mim, pois o Neném é pequenino como ela, so que maior, mas me faz lembrar muito dela, rsrs...

    Vou cantar pra Dercy também:

    Quando você chegou em casa, foi coisa tão inesperada

    Ali na porta abandonada a me pedir casa e comida

    Magrinha, magrinha, arrepiada, com pelos vermelhos, olhos defome

    Eu não podia mesmo te dar outro nome, Rita Lee
    (Ou Dercy)

    Ah, Rita Lee, por onde é que anda Rita Lee

    Sem pai nem mãe, sem pedigree, imprevisível Rita Lee

    Ah, Rita Lee, por onde é que anda Rita Lee

    Sem pai nem mãe, sem pedigree, irresistível Rita Lee

    Então você foi adotada por todos nós alegremente

    Oscar morava já com a gente e era igualmente um vira-lata

    E apesar de serem cão e gata jamais houve dois maiscompanheiros

    Jamais dois amigos assim verdadeiros, nunca vi
    ...
    Passava o tempo descuidada, sempre inventando brincadeiras

    Saltos mortais de mil maneiras, deixando a gente distraída

    E assim ninguém viu sua saída, talvez só o Oscar tenha notado

    E a noite engoliu as tuas sete vidas, Rita Lee

    Ah, Rita Lee, por onde é que anda Rita Lee

    Sem pai nem mãe, sem pedigree, irresistível Rita Lee.........

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  3. Para os leitores, Dercy Gonçalves foi um presentinho que meu irmão deixou para trás ao mudar de cidade.

    Ela nao tinha nada, feia que doi (Pincher com Yorkshire), tinha muitas pulgas e pouco carinho...

    Idêntica à música... Morreu de Leishmânia antes que soubéssemos o que era a Doença...

    Cuidei dela até ela ficar pele e osso, tadinha.

    Se ela passou ou não a doença pros pequeninos, eu não sei, mas eu nunca a abandonaria!

    Essa é minha homenagem, Dercy...
    Espero que não brigue Mel...

    AMO VOCES E SINTO A FALTA DAS BRIGAS DE VOCÊS SERZINHOS!

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  4. Nossa Lizi que coisa mais emocionante, mas so quem perdeu sabe como ficamos BEEEEMMM menores quando estes serzinhos de 4 patas vem e levam um pedacö da gente...Pente se que talvez ela esteja no PARQUE dos Yorks, depois do Arco Irís esperando você chegar!
    Beijocas do Moa

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  5. TRISTEZA....E MAIS TRISTEZA,,,,AINDA PIOR POR Q NÃOTIVE DINHEIIIIRO PRA TRATAR DA MINHA QRIDA FILA BRASILEIRA COM CANCER E A 2 DIAS MORREU NA PORTA DA COZINHA COM APENAS 8 ANINHOS
    ESTOU INCONSSOLAVEL QUERO PARAR DE TOMAR MEU REMEDIOS E IR EMBORA TAMBEM
    AMO MUITO MEUS ANIMAIZINHOS MAS A NAJA ERA ESPECIAL
    ,MINHA COMPANHEIRA

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